O Mito do Automóvel
O Mito do Automóvel
O que é um Mito?
Qual o seu valor psico-sociológico para o ser humano?
Será que o Homem moderno ainda “fabrica” Mitos? Será que ainda precisa de se agarrar aos Mitos para sobreviver como especie racional?
O Mito é um relato semi-fantástico que no seu cerne procura fornecer ou encontrar uma explicação sobre as origens de tudo – inclusive do próprio Homem, do seu Universo Ambiental e do Universo Global.
O seu valor psico-sociológico é imenso pois serve de aglotinador social dando ao Homem a estabilidade necessária à sua sobrevivência e mostra-lhe o seu lugar no Universo. Ao verbalizar o Mito, transforma-o na ponte que o liga ao transcendente tornando-se parte de um Divino que o afasta da sua parte animal, demasiado frágil e indefesa para lidar com tudo o que não consegue entender e atingir com os seus sentidos.
Ao verbalizá-lo, materializa-o, transformando-o em matéria palpável com a qual já pode lidar, manipular e adaptar às suas necessidades.
O Mito é a segurança do Homem, a tábua de salvação que lhe permite aventurar-se na existência com a certeza de uma protecção Divina ao mesmo tempo que tem os pés assentes num chão seguro.
O Homem que crê no Mito é forte , está protegido e pronto para enfrentar e vencer a hostilidade dos seus mundos – interior e exterior.
Para o Homem primitivo que tinha que lidar, no seu dia a dia com o permanente desconhecido e com um ambiente ainda em formação e em transformação, o Mito era a forma mais imediata de sobrevivência quer fisica quer espiritual.
A Mitologia de todas as antigas civilizações, relata a formação primária, ordena cronológica e hierarquicamente o Universo Divino e o Humano e procura explicar teologicamente as suas origens.
Eram “fáceis” e “acessiveis” os primeiros mitos e incrivelmente necessários aos Homens de então para explicar o que não era explicável. Eram relatos simples, moralizantes e normativos que fundamentavam a existência do Homem e o posicionavam com coerência na sociedade.
O que é um Mito?
Qual o seu valor psico-sociológico para o ser humano?
Será que o Homem moderno ainda “fabrica” Mitos? Será que ainda precisa de se agarrar aos Mitos para sobreviver como especie racional?
O Mito é um relato semi-fantástico que no seu cerne procura fornecer ou encontrar uma explicação sobre as origens de tudo – inclusive do próprio Homem, do seu Universo Ambiental e do Universo Global.
O seu valor psico-sociológico é imenso pois serve de aglotinador social dando ao Homem a estabilidade necessária à sua sobrevivência e mostra-lhe o seu lugar no Universo. Ao verbalizar o Mito, transforma-o na ponte que o liga ao transcendente tornando-se parte de um Divino que o afasta da sua parte animal, demasiado frágil e indefesa para lidar com tudo o que não consegue entender e atingir com os seus sentidos.
Ao verbalizá-lo, materializa-o, transformando-o em matéria palpável com a qual já pode lidar, manipular e adaptar às suas necessidades.
O Mito é a segurança do Homem, a tábua de salvação que lhe permite aventurar-se na existência com a certeza de uma protecção Divina ao mesmo tempo que tem os pés assentes num chão seguro.
O Homem que crê no Mito é forte , está protegido e pronto para enfrentar e vencer a hostilidade dos seus mundos – interior e exterior.
Para o Homem primitivo que tinha que lidar, no seu dia a dia com o permanente desconhecido e com um ambiente ainda em formação e em transformação, o Mito era a forma mais imediata de sobrevivência quer fisica quer espiritual.
A Mitologia de todas as antigas civilizações, relata a formação primária, ordena cronológica e hierarquicamente o Universo Divino e o Humano e procura explicar teologicamente as suas origens.
Eram “fáceis” e “acessiveis” os primeiros mitos e incrivelmente necessários aos Homens de então para explicar o que não era explicável. Eram relatos simples, moralizantes e normativos que fundamentavam a existência do Homem e o posicionavam com coerência na sociedade.
À medida que o Homem foi dissociando a sua existência profana do sagrado; à medida que se ía tornando um ser cada vez mais racional e técnico, os Mitos antigos perderam o seu valor e já não eram suficientemente fortes para suportar o peso da cerebralização progressiva do ser humano.
Nos primitivos tempos da Era Industrial houve que reconverter os Mitos Classicos, arranjar-lhes novos significados, escondidos, metafóricos. Na verdade, cada relato mitológico não era bem o que parecia, numa primeira leitura. O seu verdadeiro significado era dado numa outra dimensão mais profunda onde se procurava encontrar a antiga segurança adaptada às, agora, diferentes necessidades do Homem.
Mas, após muito estudados, apertados e espremidos, os antigos Mitos passaram enfim à História, racionalizados na consciencia colectiva do Homem Civilizado e possuidor de novas fontes mitológicas:
A Ciência e a Tecnologia
A Ciência porque, a partir do sec. XVIII, suplantou e substituiu, na sua explicação e busca da verdade original, toda a Mitologia Clássica. Era na Ciência, na racionalidade, no Positivismo que o Homem se apoiava agora para caminhar com segurança.
A evolução humana foi dividida por etapas
- A Era dos Deuses
- A Era dos Herois
- Era dos Homens – a mais importante
Já não é aos Deuses nem aos Heróis mitológicos que o Homem pede ajuda mas sim ao próprio. Ou seja, encontra-a dentro de si . Não é no transcendente que se vai segurar para encontrar o seu espaço espiritual, é no Material, no Cérebro, no palpável, na sua inteligência.
A Ciência foi, pois, até à Era Tecnológica a fonte principal da Mitologia.
Mas eis que desponta a Era Tecnológica, a Era das Máquinas que iriam substituir o Homem no trabalho pesado nos campos, na guerra e na industria.
O Homem sentiu-se, de novo, pequeno, indefeso e frágil. O resultado do seu trabalho, o fruto da sua inteligência, substituía-o, ultrapassava-o.
Nos primitivos tempos da Era Industrial houve que reconverter os Mitos Classicos, arranjar-lhes novos significados, escondidos, metafóricos. Na verdade, cada relato mitológico não era bem o que parecia, numa primeira leitura. O seu verdadeiro significado era dado numa outra dimensão mais profunda onde se procurava encontrar a antiga segurança adaptada às, agora, diferentes necessidades do Homem.
Mas, após muito estudados, apertados e espremidos, os antigos Mitos passaram enfim à História, racionalizados na consciencia colectiva do Homem Civilizado e possuidor de novas fontes mitológicas:
A Ciência e a Tecnologia
A Ciência porque, a partir do sec. XVIII, suplantou e substituiu, na sua explicação e busca da verdade original, toda a Mitologia Clássica. Era na Ciência, na racionalidade, no Positivismo que o Homem se apoiava agora para caminhar com segurança.
A evolução humana foi dividida por etapas
- A Era dos Deuses
- A Era dos Herois
- Era dos Homens – a mais importante
Já não é aos Deuses nem aos Heróis mitológicos que o Homem pede ajuda mas sim ao próprio. Ou seja, encontra-a dentro de si . Não é no transcendente que se vai segurar para encontrar o seu espaço espiritual, é no Material, no Cérebro, no palpável, na sua inteligência.
A Ciência foi, pois, até à Era Tecnológica a fonte principal da Mitologia.
Mas eis que desponta a Era Tecnológica, a Era das Máquinas que iriam substituir o Homem no trabalho pesado nos campos, na guerra e na industria.
O Homem sentiu-se, de novo, pequeno, indefeso e frágil. O resultado do seu trabalho, o fruto da sua inteligência, substituía-o, ultrapassava-o.
Porém ainda podia ser dominado e controlado. Ainda podia ser uma tábua de salvação. O Mito mais moderno iria cumprir também as suas funções primitivas de dar segurança e controle do seu habitat, ao ser humano.
Transformado, adaptado às necessidades psico-sociológicas do Homem Cientifico e Tecnológico o Mito aparece sob a forma de um Automóvel. Tornou-se o seu dogma, o seu “modus vivendi” e formalizou o seu “status” dentro da sociedade.
Dentro do seu Automóvel, seja ele de que marca ou modelo fôr, o Homem está seguro, protegido como no utero materno. O Homem mais timido, retraído e recalcado, torna-se arrogante, dominador, provocante e poderoso. O Mundo é seu! Contrala-o totalmente e sem receios. Ai de quem se atravesse no seu caminho, ai do invasor que se atreva a profanar o seu sanctuário. Dentro de um casulo de vidro e metal o Homem sente-se, por fim, a correr sobre a ponte que o liga à sua verdadeira essência: o Divino.
Transforma-se em Super-Homem, complacente com as fraquesas das criaturas que com ele se cruzam, os peões, a quem, por bondade divina, concede a passagem......por vezes.............se vir humildade na sua (dos peões) atitude.
Mas ao descer do seu pedestal de lata, plastico e vidro “inquebrável” que o protege de tudo e de todos – menos de si próprio – volta a ser o que é na realidade. Indefeso perante o que não consegue prever e entender. Tal como o Homem primitivo de quem se sente a milhares de anos de distância......
Zica Caldeira Cabral.
Transformado, adaptado às necessidades psico-sociológicas do Homem Cientifico e Tecnológico o Mito aparece sob a forma de um Automóvel. Tornou-se o seu dogma, o seu “modus vivendi” e formalizou o seu “status” dentro da sociedade.
Dentro do seu Automóvel, seja ele de que marca ou modelo fôr, o Homem está seguro, protegido como no utero materno. O Homem mais timido, retraído e recalcado, torna-se arrogante, dominador, provocante e poderoso. O Mundo é seu! Contrala-o totalmente e sem receios. Ai de quem se atravesse no seu caminho, ai do invasor que se atreva a profanar o seu sanctuário. Dentro de um casulo de vidro e metal o Homem sente-se, por fim, a correr sobre a ponte que o liga à sua verdadeira essência: o Divino.
Transforma-se em Super-Homem, complacente com as fraquesas das criaturas que com ele se cruzam, os peões, a quem, por bondade divina, concede a passagem......por vezes.............se vir humildade na sua (dos peões) atitude.
Mas ao descer do seu pedestal de lata, plastico e vidro “inquebrável” que o protege de tudo e de todos – menos de si próprio – volta a ser o que é na realidade. Indefeso perante o que não consegue prever e entender. Tal como o Homem primitivo de quem se sente a milhares de anos de distância......
Zica Caldeira Cabral.