Chaves na mão, melena desgrenhada
Batendo o pé no chão, a mãe ordena
Que o furtado colchao, fôfo e de penas
A filha o ponha ali, ou a criada
A filha, moça esbelta e aperaltada
Lhe diz c'oa doce voz que o ar serena
Sumiu-se-lhe o colchão? É forte pena
Olhe não fique a casa arruinada
Tu respondes assim, tu zombas disto?
Tu cuidas que por ter pai embarcado
Já a mãe não tem mãos?
E dizendo isto arremete-se-lhe à cara e ao penteado
Eis se não quando
Caso nunca visto
Sai-se-lhe o colchão
De dentro do toucado
Nicolau Tolentino - 1741/1811
3 Comments:
Nossa, que lindo! Adorei a parte: "já a mãe não tem mãos." Muito lindo mesmo. Pela data da poesia, as mães não deviam ter muitas mãos mesmo, sem autoridade nenhuma perante aos pais. Pelo menos a gente evoluiu um pouco.
Beijoks
:)
Obrigada pelas visitas ao meu cantinho e pelos inúmeros comentários. Adorei!
Neste momento, como já disse no anterior blog, estou numa fase complicada, mas quando o dia tiver mesmo 24 h eu prometo que estarei mais presente, não só aqui, como nos restantes blogs que costumo visitar.
Uma beijoca muito, muito grande! ;)
Já há mt tentava entrar num dos seus espaços para agradecer as visitas feitas à "micas". Espero que apareça mais vezes, será sempre bem recebida. Devo dizer que fiquei deliciada com este espaço. Voltarei com toda a certeza embora no momento ande um pouco distante, mas vou linkar, posso? Beijinho
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