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domingo, outubro 09, 2005

Torto (conclusão)

Torto (conclusão)


Um dia, viu na livraria um documento com o Selo Real e começou a preparar o plano que engendrara. Copiou-o, desenhou-o num molde mas, precisava da forja para poder fazer uma réplica. Durante dois meses ía à forja de noite, sem ser visto e assim consegui fazer a cópia perfeita do Selo Real. Agora só tinha que espera o momento mais propício.

A oportunidade chegou quando o seu Senhor o mandou a um Castelo ben distante, a 5 dias de viagem. A meio do caminho, parando para dormir numa aldeia perdida nas montanhas, Fernão poude mandar a mensagem Real que forjara. O Rei pedia ao nobre D. Gastão o seu auxílio e participação na nova Cruzada que partira já há dois meses para Jerusalem. Deveria partir sem demora.


Vestindo uma tunica dos Templarios e tapando a cara, Fernão deu umas moedas a um pobre camponês qpra que fosse entregar a mensagem ao Castelo. Sabia que, quando o homem chegasse ao seu destino já ele estaria no outroe que não seria provavel que o ligassem ao Cavaleiro Templário que entregara a missiva. Ninguém lhe vira a cara, entrara naquela aldeia ao anoitecer e saira ainda a madrugada não havia despontado.
Permaneceu no Castelo , cumprindo a tarefa que lhe tinham pedido. Tinha que organizar toda a escrita e organização, repartir tarefas entre os servos e mandar reparar os estragos que o tempo fizera, no Castelo. O desleixo do antigo Senhor daquelas terras deixara as propriedades ao Deus dará e a má administração ameaçava a ruina . O filho que as herdara agora, recem casado, queria pôr em pé o que a incuria do Pai quase fizera perder.
Sabendo da competencia do Intendente de D. Gastão perdira-o emprestado para que organizasse tudo. Fernão ficaria ali o tempo que fosse preciso.




Aguardou, sereno, o resultado da sua missiva. Sabia que o seu Senhor não partiria para a Terra Santa sem se despedir e vir recomendar os seus. E estava certo.
Uma semana depois, D. Gastão apareceu e contou-lhhe da carta que recebera e do pedido formal do Rei que não podia recusar. Recomendou-lhe que olhasse pelos seus eque, assim que finalizasse as tarefas naquele Castelo , regressasse imediatamente.
- Senhor – disse Fernão – esperarei ansioso a Vossa chegada e não vos preocupeis pois Vossa Mãe e irmãos ficarão em segurança comigo. Darei a minha vida por eles. A minha missão aqui está ternminada e partirei imediatamente.
Permiti, porém, que vos acompanhe até ao fim da floresta. É escura e perigosa e não quero que nada vos aconteça.
- Está certo Fernão, confio em ti para que zeles pela minha família.

E partiram sem pressas para dentro daquela floresta tenebrosa que escondia a mais mortal das armadilhas.
Inconsciente so perigo que corria, D. Gastão falava com o Intendente, dando-lhe as instruções necessarias em relação aos assuntos da familia.
Deveria acompanhar sempre a Senhora sua Mãe nas visitas que fazia e cuidar para que os seus irmãozinhos estudassem com Frei Bento e não descurassem os treinos com as armas e os cavalos.
Rodrigo, com 10 anos, estava pronto para entrar como pagem ao serviço do Principe Herdeiro. Quanto a Sebastião, o segundo com 7 anos e a pequena Isolda de 4, nascida já após seu Pai ter morrido, deveria vigiar para que fossem educados, humildes e obedientes aos peceitos da Santa Igreja e da sociedade.

Chegaram a meio da floresta cerrada e escura como breu, ao sitio onde nem os raios de sol conseguiam penetrar. Deixando-se ficar um pouco mais para trás, Fernão arremessou o machado que tinha preso à cinta, contra a cabeça do Nobre que caiu do cavalo sem sentidos. Arrastou-o então par a funda cova a qual encheu de terra ,. No fim arrastou com a ajuda dos cavalos duas enormes pedras que colocou por cima da tumba do seu Senhor. Por precaução, matou o cavalo do Amo para que nunca aparecesse tambem. Não queria que o cavalo lhe estragasse os planos chamando a atenção para o desaparecimento do seu Senhor. Regressou calmamente ao Castelo e, aos poucos, foi-se tornando indispensável aquela Mãe tão só.



Passaram-se 3 anos sem qualquer noticia do Nobre. Fernão tornara-se Senhor do Casleo. Insinuara-se de tal forma qque se tornara querido não só da Senhora mas dos filhos e de Frei Bento. Um dia, atrevera-se a pedir a mão de D. Branca que, com o apoio e benção de Frei Bento aceitara deleitada. Não houve qualquer impediemnto pois as falsas raízes de nobreza que fora inventado ao longos daqueles anos, eliminaram o abismo social que os separava.
Nunca dedicou, sequer, um pensamente ao seu crime, achanso sempre que os meios justificavam os seus fins. Não tinha escrúpulos do que tinha feito pois assim realizara os seus sonhos de riqueza.
E acabou os seus dias como queria no luxo e na riqueza com uma aura de respeitabilidade que nunca merecera.


Zica Caldeira Cabral.

2 Comments:

Blogger José Gomes da Silva said...

Nos filmes de Hollywood, temos normalmente aqueles finais em que sentimos o trémito da emoção percorrer-nos o corpo quando vemos os maus castigados. A maioria das óperas acaba mal mas em D.Giovanni de Mozart o Comendador aceitou o convite para o jantar sob a forma de estátua viva arrastando depois Don Giovanni para as profundezas do Inferno. Este gritava:

Chi anima mi lacera!
Chi m'ágita le viscere!
Che strazio, ohimè, che smania!
Che inferno! che terror!

(a minha alma está dilacerada!
as minhas vísceras rasgadas!
Que tormentos, que loucura!
Que inferno! Que terror!)

Esperei, inocentemente, que D.Gastão voltasse da improvisada sepultura montado no seu cavalo para se vingar.

Inocentemente...

(ando a ver muitos filmes e a ouvir muito Mozart...)

Porque a história afinal é tão real, que de repente começo a ver tantos Fernões à minha volta! Tantos!

Bravo, Zica

Bjs

12:43 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Demasiado real esta história, tão real que termina sem castigo, sem remorsos, sem tormentos!
Este mundo está cheio de "Tortos"...

2:29 da tarde  

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