Amarras
Cortaste as amarras
Que me prendiam a ti
Para mim, cabos de aço
Fortes e firmes
Aguentariam a vida
As tempestades
As grandes ondas da diferença
Para ti, fios de seda
Finos e ténues
Que rebentaram com a distância
Nunca te prenderam
Nunca os sentiste envolverem-te
Agora, os meus cabos
Jazem pendentes
Sangrentos e desfeitos
No cais da vida
E eu, morro um pouco
Todos os dias
O barco afastou-se
Para um horizinte longuínquo
E eu fiquei no cais
Chorando
Ao vê-lo partir sem mim
7 Comments:
Olá, amiga. Obrigada pelas palavras amáveis em meu blog. Sua visita será sempre bem-vinda. Beijinhos.
Sylvia Narriman Barroso
Hoje quando me sentei a ver o correio li a sua mensagem que lhe agradeço do fundo do coração.
Escrevo como vivo e apenas transmito para o papel preocupações e vivências do meu dia a dia.
É muito gratificante quando alguem nos apoia e dá uma força. Comoveu-me, sabia..? Apareça muito que os seus comentários são sábios.
Este seu poema é muito bonito.
As amarras que nos prendem.
Não importa o tamanho ou a potência das amarras,importa sim tudo quanto ligam e desligam no nosso interior.
Se uns dias queremos estar soltos e livres, outros porem, sentimos necessidade de ter um apoio mais forte para que a nossa vida não seja afectada pela tempestade.
Morremos um pouco todos os dias mas ainda assim vivemos novas vidas e aventuras ligadas por fios frageis e simples.
Um bejo de muito carinho
Amiga, você tem toda razão...Sempre digo que "nesse planeta, há inquilino de todo jeito". Procure saber se o profissional está inscrito na sociedade médica da sua especialidade, seus títulos, pessoas que já se consultaram com ele, etc. Você mora na Inglaterra? Saúde, amiga. E parabéns pelos poemas. Beijinhos.
Sylvia Narriman Barroso
Zica, sinto muito pela passagem do seu esposo. Acho que morreria uma grande parte de mim se eu perdesse o meu amor...No entanto, a vida tem que continuar, não é? A poesia é uma forma de se aproximar das pessoas que queremos bem. Que a sua vida continue a florescer, em todos os sentidos. Beijinhos.
Sylvia Narriman Barroso
Olá minha amiga. Obrigado por teres passado pelo meu blog.
Gostei do teu.
Voltarei.
Beijinhos
Zica, você me parece uma pessoa espiritualizada...A Tanatologia é uma é uma ciência interessante. Quando fiz o curso, escrevi alguns poemas sobre a morte.
Veja um deles:
Saia do Aljube
Eu vi o outro morto
E tal aconteceu:
O morto-vivo era ele;
A viva-morta era eu...
Perguntei, estarrecida,
Com assombro e aflição:
Por que morto-morto não ele?
Por que viva-morta estou eu?
A viva-morta está morta.
Alma pungida, fechou a porta.
Tal misantropo, amocambada,
Está só, catrafilada...
Nasce o sol, cai a noite
E com ela nova aurora.
Abra a janela, olhe o jardim!
Sonhe, lute até o fim!
Tudo passa nessa vida.
Passam o tempo e o sofrer.
Saia do aljube,solte as amarras!
Malfadada morte é não viver!
Sylvia Narriman Barroso
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