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quarta-feira, outubro 12, 2005


Algumas considerações acerca da espécie humana



Na Natureza, a única especie que se mata e tortura a si própria e a outras é a espécie humana. Ter prazer com o sofriemento alheio é só apanágio do Homem.
Sabemos que, os chimpazés, normalmente vegetarianos organizam caçadas a outras espécies - os babuinos, por exemplo – para ritualizar a sua sociabilidade. É importante estabelecer e fixar hierarquias e a caça, com a respectiva partilha da presa, vai demontrar ao grupo quem é quem naquela micro sociedade.
Todas as sociedades naturais têm uma estrutura hierarquizada à volta da qual se organizam. Umas são mais complexas como as dos lobos, ratos, ratazanas, formigas e abelhas, por exemplo, outras mais simples, constituidas apenas por uma familia monoparental. Ou seja, animais que não vivendo em grandes grupos não necessitam de estruturas sociais tão complexas. A maioria dos ursos estão neste contexto.

A especie humana, dita civilizada, tem vindo a criar estruturas sociais tão complexas que se tornaram disfuncionais e precárias.
Ainda há sociedades humanas que vivem de acordo com os principios do continuum natural, cujas regras de sociabilidade são adaptadas ao meio ambiente onde vivem e que hajem de acordo com ele. São já raras, porém e, infelizmente, têm tendência a desaparecer.

A imposição de regras sociais cada vez mais desfazadas da realidade natural, a destruição sistemática dos nichos ecológicos com a respectiva diversidade de espécies, acabaram por destas afastar o Homem, fazendo-o acreditar ao mesmo tempo na sua superioridade. Daí resultar o desiquilibrio fisico e psiquico que leva a humanidade a excessos cujo o resultado é o seu proprio extermínio.
Poder-me-ía alongar em exemplos mas, infelizmente, todos nós os temos presentes. Guerras, crimes, violações, genocídios, escravidão da sua e de outras especies e, muito recentemente a destruição sitematizada de jovens, crianças e adolescentes através do tráfico de drogas que alteram a personalidade e destroem o cérebro.
Esta é a parte negra da sociedade humana.

No entanto, embora isto seja uma realidade cada vez mais pálpavel , ou até por causa disso, há, também, o reverso da medalha.
Os sentimentos positivos e a consciência de que sem eles a espécie humana será condenada.
A bondade, o amor incondicional, a necessidade de pertencermos a um todo harmonioso, de termos um papel a desempenhar na sociedade natural, de que nenhuma espécie é mais importante do que outra na cadeia ecológica. O respeito pela vida, a protecção e defesa dos mais fracos.

Só com valores como estes poderemos sobreviver como espécie no meio das outras todas, correndo o risco, de no caso de imperarem os outros valores acima mencionados, sermos, lamentavelmente, uma especie em vias de extinção.


Zica Caldeira Cabral

9 Comments:

Blogger Manel do Montado said...

Se isto não é escrever bem, vou ali e já venho. Os meus sinceros parabéns pela qualidade e conteúdo do teu post, assim como pela excelência formal. Não poderia estar mais de acordo contigo. Zica, não é só ter paisagens lindas, é ter também a sensibilidade de saber escolher o momento certo para a captação. Sabes que a sensibilidade tem espectro largo, há-a de colibri, assim como de elefante.
Continuarei sempre a visitar os teus cantinhos.
Bjokas e obrigado pelas tuas palavras.

3:40 da tarde  
Blogger Conceição Paulino said...

tocas num aspecto muito importante. Se pensámos k com o passar dos anos e dos séc., com o avanço das tecnologias, o homem se tornaria cada vez mais humano, a vida tem-nos provado, demonstrado até à exaustão, que o inverso é + verdadeiro. Há atendência para dizer: o Homem, os animais....Esquecemos k somos só isso: animais de outra espécie, nem melhores nem piores e k não somos donos do planeta. Bj, amiga e bom f.s( as últimas fotos da Xinha -com o olhinho tapado - estão lindas!)

5:34 da tarde  
Blogger Conceição Paulino said...

e colocas este lugar mágico neste texto de reflexão. (Antes k perguntes: nunca fui lá. Só a Londres. Noutra vida!).Mas é um lugar mágico com toda a dúvida e questões à sua volta. Bom f.s Bjs e ;)

9:49 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

É triste pensarmos na possível "extinção" da raça humana, porque, quase que obrigatoriamente, vamos levar connosco todas as outras, deixando apenas destruição para trás!
E o coração aperta-se-me ao tentar imaginar o mundo em que as minhas filhas e a sua descendência terão de viver... eu que lhes desejava um mundo feliz e colorido, mágico, sereno e justo...
Há que ter esperaça, cultivar os ditos sentimentos positivos e ter fé, muita fé nos nossos filhos!

11:25 da manhã  
Blogger Isabel Filipe said...

Oi ZIca...
Respondendo ao teu convite... aqui estou eu...

adorei este teu fantástico texto...
li tb o post anterior...onde deixei mensagem..

vou voltar para te ler com mais calma... já te coloquei nos meus favoritos...

bjs

1:48 da tarde  
Blogger José Gomes da Silva said...

Querida Zica, não vou dizer aqui que gostei deste "post", pois ver-me-ia obrigado a fazê-lo em cada um que publicas. Todo o teu blogue irradia espontâneamente beleza e harmonia. Aqui não me sinto apenas em casa, sinto mais do que isso. Sinto cor, sinto calor, quando lá fora um frio negro e cinzento nos parece querer engolir. E porquê?
Exactamente porque tu acreditas no que escreves quando defendes os valores que referiste (bondade, amor incondicional,um todo harmonioso, respeito pela vida, defesa dos mais fracos, e muito mais).
E é exactamente porque vivemos numa sociedade de valores diametralmente opostos (como está o Nasdaq e o Dow Jones esta manhã?) que me vou escondendo de vez em quando neste teu refúgio, porque, sinceramente, acho que estamos mesmo em vias de extinção. Foste pragmática, deixando a porta aberta para as duas hipóteses: imperarem os valores mais vis da natureza humana e extinguirmo-nos, ou imperarem os valores da elevação e da integridade e salvarmo-nos. Acredito mais na primeira, mas estarei a teu lado e ao lado de todos os náufragos como nós quando tivermos que cair. Não deveremos, porém, cair sem luta. Ainda temos uma arma maravilhosa, que poderá ser o nosso maior prémio (ainda que póstumo):
A passagem do testemunho aos nossos descendentes.

Continua, Zica!

Bjs

2:06 da tarde  
Blogger Unknown said...

Civilização! Cada vez menos... ou será, cada vez mais civilizados? Porque acho que se fossemos mais primitivos, não seriamos tão bestas assim.
Os índios, aqui no Brasil, quando não civilizados, viviam em paz e harmonia com a natureza. Hoje, são contrabandistas de pedra, ouro,animais, armas e drogas. Maldita civilização.
Salvem os naufragos.
Beijoks

12:38 da manhã  
Blogger Poesia Portuguesa said...

Quanta sensibilidade...

Tomei a ousadia de linkar os seus Blog no meu Poesias.

Um abraço e bom fim de semana :)

11:08 da manhã  
Blogger Menina Marota said...

Emocionou-me este texto!


Porque cada vez mais a sociedade se desliga dos valores essenciais, de ética, de estruturas sólidas, que permitam a continuidade de valores morais.

Se cada um assimilar a quota parte, daquilo que deve contribuir para melhorar, talvez haja esperança...

Um abraço terno e bom fim de semana ;)

11:13 da manhã  

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