As aventuras de Joana
As aventuras de Joana
I Capítulo
(a Festa I)
Joana estava danada! A Mãe, como sempre, não a deixava ter os amigos lá em casa mas, à sua irmã mais velha permitira-lhe ter uma festinha no Sábado.
Maria, de 20 anos, 4 anos a mais que Joana, estava radiante. Podia convidar 30 amigos – dissera a Mãe – mas não iria permitir a Joana que convidasse ninguem do grupo dela. Com 16 /17 anos são todos insuportáveis e nem sequer conseguem ter uma conversa decente. Para esta festa só iria convidar os amigos e colegas da Faculdade.
Joana jurou a si própria que no Sábado iria para a cama às 8 h , a seguir ao jantar. E não iria ajudar em nada. Era preciso tirar o tapete da sala pôr mais cadeiras, o gira discos e os discos na mesinha de canto e as grandes colunas que o mano Jorge tinha feito. O som estava impecável e, smbora os pais não os deixassem ter o som muito alto pelo menos era de qualidade. E balançava entre a vontade de ir à festa dançar e divertir-se ou amuar e fechar-se no quarto.
Foi ter com o mano Jorge – o mais velho de todos – para tentar consolar-se.
- Não é justo o que a Mãe fez, Jorge – dizia ela chorando – a Maria pode fazer tudo e eu nem sequer posso convidar ninguém.
- Ouve Joana, a Maria tem 20 anos, teve montes de convites este ano e tem que retribuir. Faz parte das regras de boa educação e tu sabes isso muito bem. Mas olha eu vou falar com a Mãe e com a Maria para que tu possas convidar 2 ou 3 amigos. Está bem assim? Vá limpa essas lagrimas, dá-me um beijo e deixa-me estudar.
Joana deu um beijo naquele irmão tão querido e foi-se embora resignada. Ainda furiosa mas mais calma. Jorge tinha o dom de a acalmar e procurava encontrar sempre soluções justas para cada situação, sobretudo para as frequentes guerras que surgiam entre as irmãs.
Maria sempre tivera imensos ciumes da sua irmã mais nova. Tinha 4 anos quando ela nascera e não aceitou de bom grado ter deixado de ser o bébé da casa. Jorge, 5 anos mais velho era o seu idolo, o seu heroi e protector e não vira com bons olhos a ternura e o carinho com que tratava o novo bébé. Se bem que tentava disfarçar não perdia a oportunidade de fazer valer a sua autoridade de mana mais velha e, sobretudo, de humilhar Joana em publico e em privado. Ainda por cima a miuda era linda – toda a gente o dizia. Tinha um cabelinho aloirado com caracois suaves, uns olhos verdes enormes, uma figurinha delicada e uma pele suave e transparente que a faziam parecer uma delicada bonequinha de porcelana.
Maria, pelo contrario era alta de mais para a sua geração e engordara imenso na adolescênciaTinha o cabelo preto completamente liso, uns olhos pequeno e escuros e a pele era muito morena. Por não gostar do seu aspecto fisico não se arranjava nem se pintava. Dizia que isso eram artificios para pessoas sem inteligência. No fundo sonhava ser tão bonita como sua irmã mas adoptara o estilo intelectual-não-me-ralo-com-as-aparências, como defesa. Sentia-se feia e desageitada e a sua arma era o cérebro.
Vingava-se dizendo a Joana que ela era estupida, completamente anormal porque chumbara um ano no liceu. Nem ela nem Jorge tinham chumbado alguma vez. Esquecia-se que Joana estivera muito doente com febre reumatica e que, durante quase todo o ano lectivo não tinha ído às aulas. Bem, não se esquecia mas gostava de se esquecer porque essa doença da irmã veio agravar ainda mais os ciúmes que sentia. Com uma doença tão grave, Joana fora alvo de cuidados especiais e de uma atenção redrobada. Jorge passara muito tempo no quarto da irmãzinha velando-a, tratando dela, contando-lhe histórias. Adorava esta miuda tão sensivel e vulnerável e sentia que Maria a tratava muito mal. Esta ficava vitoriosa quando depois de a encher de insultos, a miuda ficava com os olhos cheios de lágrimas e ainda rematava........”Além de burra ainda és feia, a unica coisa bonita que tens são os olhos mas como nem sequer têm expressão ninguém repara neles”......
Era mentira e ela sentia-o na pele. Toda a gente reparava em Joana , gabava a sua beleza e, sobretudo os seus olhos. Mas esta nem se apercebia do impacto que tinha nos outros. A imagem que tinha de si própria era de uma menina feia, burra e sem graça.
Maria, de 20 anos, 4 anos a mais que Joana, estava radiante. Podia convidar 30 amigos – dissera a Mãe – mas não iria permitir a Joana que convidasse ninguem do grupo dela. Com 16 /17 anos são todos insuportáveis e nem sequer conseguem ter uma conversa decente. Para esta festa só iria convidar os amigos e colegas da Faculdade.
Joana jurou a si própria que no Sábado iria para a cama às 8 h , a seguir ao jantar. E não iria ajudar em nada. Era preciso tirar o tapete da sala pôr mais cadeiras, o gira discos e os discos na mesinha de canto e as grandes colunas que o mano Jorge tinha feito. O som estava impecável e, smbora os pais não os deixassem ter o som muito alto pelo menos era de qualidade. E balançava entre a vontade de ir à festa dançar e divertir-se ou amuar e fechar-se no quarto.
Foi ter com o mano Jorge – o mais velho de todos – para tentar consolar-se.
- Não é justo o que a Mãe fez, Jorge – dizia ela chorando – a Maria pode fazer tudo e eu nem sequer posso convidar ninguém.
- Ouve Joana, a Maria tem 20 anos, teve montes de convites este ano e tem que retribuir. Faz parte das regras de boa educação e tu sabes isso muito bem. Mas olha eu vou falar com a Mãe e com a Maria para que tu possas convidar 2 ou 3 amigos. Está bem assim? Vá limpa essas lagrimas, dá-me um beijo e deixa-me estudar.
Joana deu um beijo naquele irmão tão querido e foi-se embora resignada. Ainda furiosa mas mais calma. Jorge tinha o dom de a acalmar e procurava encontrar sempre soluções justas para cada situação, sobretudo para as frequentes guerras que surgiam entre as irmãs.
Maria sempre tivera imensos ciumes da sua irmã mais nova. Tinha 4 anos quando ela nascera e não aceitou de bom grado ter deixado de ser o bébé da casa. Jorge, 5 anos mais velho era o seu idolo, o seu heroi e protector e não vira com bons olhos a ternura e o carinho com que tratava o novo bébé. Se bem que tentava disfarçar não perdia a oportunidade de fazer valer a sua autoridade de mana mais velha e, sobretudo, de humilhar Joana em publico e em privado. Ainda por cima a miuda era linda – toda a gente o dizia. Tinha um cabelinho aloirado com caracois suaves, uns olhos verdes enormes, uma figurinha delicada e uma pele suave e transparente que a faziam parecer uma delicada bonequinha de porcelana.
Maria, pelo contrario era alta de mais para a sua geração e engordara imenso na adolescênciaTinha o cabelo preto completamente liso, uns olhos pequeno e escuros e a pele era muito morena. Por não gostar do seu aspecto fisico não se arranjava nem se pintava. Dizia que isso eram artificios para pessoas sem inteligência. No fundo sonhava ser tão bonita como sua irmã mas adoptara o estilo intelectual-não-me-ralo-com-as-aparências, como defesa. Sentia-se feia e desageitada e a sua arma era o cérebro.
Vingava-se dizendo a Joana que ela era estupida, completamente anormal porque chumbara um ano no liceu. Nem ela nem Jorge tinham chumbado alguma vez. Esquecia-se que Joana estivera muito doente com febre reumatica e que, durante quase todo o ano lectivo não tinha ído às aulas. Bem, não se esquecia mas gostava de se esquecer porque essa doença da irmã veio agravar ainda mais os ciúmes que sentia. Com uma doença tão grave, Joana fora alvo de cuidados especiais e de uma atenção redrobada. Jorge passara muito tempo no quarto da irmãzinha velando-a, tratando dela, contando-lhe histórias. Adorava esta miuda tão sensivel e vulnerável e sentia que Maria a tratava muito mal. Esta ficava vitoriosa quando depois de a encher de insultos, a miuda ficava com os olhos cheios de lágrimas e ainda rematava........”Além de burra ainda és feia, a unica coisa bonita que tens são os olhos mas como nem sequer têm expressão ninguém repara neles”......
Era mentira e ela sentia-o na pele. Toda a gente reparava em Joana , gabava a sua beleza e, sobretudo os seus olhos. Mas esta nem se apercebia do impacto que tinha nos outros. A imagem que tinha de si própria era de uma menina feia, burra e sem graça.
(continua)
8 Comments:
Com que então uma blogonovela, heim?
Muito bem, Zica!
Eu já sabia que escrevias bem e com facilidade (quero dizer que as palavras te saem com expontaneidade e não precisas de fazer muito esforço para escrever).
Este post vem confirmá-lo!
Fico muito contente por ter uma "concorrente" da tua qualidade.
Agora já não vou ganhar sozinho o Nobel de 2015 como tinha previsto.
Vai ser partilhado contigo!
eh eh
Beijinhos
obrigado Antonio amigo as tuas palavras são ultra generosas e não me posso comparar com a qualidade que tu tens a escrever
Mas.......depois combinaremos a ida à Suécia para receber o Nobel
beijinhos grandes e amigos
Zica
Fico a aguardar o resto da história da Joana. Tudo pode acontecer, mas ela merece um "happy ending". No entanto só o desenvolvimento da história nos dirá, através da espontaneidade da tua escrita.
Gostei muito e fico na expectativa.
(Eu cá não sou dos que comentam logo a antever finais tristes, como no caso dos brincos que supostamente nunca mais se irão encontrar, não é Zica?, ehehe)
Beijinhos
Zé
Olá Zica
Maravilhei-me ao ler esta história (com a tua escrita) que com toda a certeza a seguirei...
Beijinhos
Mas que veia noveleira minha amiga, mas que qualidade...está fantástico, vou continuar a seguir o desenvolver da trama. Beijinhos para ti amiga
Pelas Joanas sempre, até porque há que acabar com o mito de que as meninas bonitas é que são as más.
Excelente texto, a deixar água na boca, o que faz dele logo um excelente elemento literário de antecipação.
Aguardo o resto e, se me é permitido, faço minhas as palavras dos que me antecederam.
Bjocas do Maneli
tenho k voltar para ler tudo, agora não posso...Bjoca
Que irá acontecer ao patinho feio da família... vou ler o capítulo seguinte.
Um abraço carinhoso ;)
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